segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia Internacional da Mulher - dia de comemorar a sensibilidade e a força de quem carrega este mundo nas costas.

Minha homenagem às 129 tecelãs mortas em um incêndio provocado pelo patrão após terem feito greve, em Nova York, ano de 1857.

Minha homenagem à minha mãe, uma grande mulher...grande...
Minha homenagem a todas as mulheres deste planeta que têm dupla ou tripla jornada, no trabalho, em casa, na vida...a estas guerreiras, incríveis e destemidas, capazes de enfrentar tudo por aquilo que amam, e como amam...como amam...
Quando eu era pequena, costumava me queixar, dizendo que na próxima encarnação gostaria de nascer homem, no entanto, bastou entender um pouco mais da vida para perceber que ser mulher é algo tão especial e único, que se eu puder escolher, vou preferir nascer mulher outras tantas vezes, por vários motivos maravilhosos, mas principalmente para ter novamente a graça de gerar uma vida e vê-la nascer, do lugar mais impensado, o gesto mais perfeito que a natureza é capaz de realizar!!

Com licença poética - Adélia Prado

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado para mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
- dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai até meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.